11. e eu com isso?
agora em toda sexta você recebe o boppismo em newsletter, com os "convenhamos", pitacos, recomendações e outras bobagens profissionais.
LEMBRETE: quando falta tempo eu despriorizo a newsletter porque ela é, entre todas as coisas que eu faço, a que menos me dá dinheiro e infelizmente ainda vivemos num regime capitalista. portanto, quem puder ajudar agradeço.
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obrigado a quem já depositou. mesmo! <3
quem não puder ou quiser pagar, sem problemas: continuará recebendo este conteúdo extraordinário da mesma forma porque meu coração é gigante.
CONVENHAMOS OU NÃO CONVENHAMOS
_esquilo não ser domesticado é um mistério
_a intenção vale mais que a ação muitas vezes
_meu maior medo é ser chamado de instapoeta
_por que essa selfie me incomoda tanto?
_queria que alguns daqueles soldados britânicos tivessem diarréia e alguém registrasse a ida apressada pro banheiro
_se tivesse uma fragrância com o cheiro da geladeira de sorvete eu compraria no ato
_lá vem o mala tocar violão
_tenho muitos rituais mas talvez seja toc e tudo bem
_estão debatendo a cor de pele do snape na nova série do harry potter e estou pensando em providenciar eu mesmo um meteoro
convenhamos BRINDE
_esqueço o nome de muita gente e me livro disso chamando de querido ou querida
outro convenhamos BRINDAÇO
_qual a necessidade das larvas existirem?
CINEMA
não assisti ao filme que falei que assistiria porque é preciso ter uma coisa em mente. eu não quis. não por falta de vontade, mas por falta de energia. esse ano foi um rolo compressor, trabalhei muito e a verdade é que minha bateria precisa ser recarregada. estou escrevendo essa newsletter unicamente porque me importo com vocês, queridos e queridas assinantes. sobretudo os que pagam.
mas para não deixar vocês sem uma indicação sublime vim falar sobre meus episódios favoritos de the office, como disse que faria em alguma edição anterior. todo homem honrado tem palavra.
season 4 episode 14: goodbye toby
- michael conhecendo a holly é lindo e dwight inventando que kevin tem problema é estupendo. mas nada bate a cena da entrevista de despedida de toby e a apresentação de ‘goodbye stranger’ adaptada no estacionamento
season 4 episode 1: fun run pt 1
também já disse aqui que os 18 minutos iniciais desse episódio são a epítome de the office, em termos de roteiro, direção e atuação. o suprassumo é quando michael reúne a equipe e passa a divagar como seriam as criaturas a serem sacrificadas para acabar com a maldição do escritório. não tem uma vez que eu assista a essa cena e não gargalhe, aperte pause, volte alguns minutos, assista de novo e gargalhe de novo. simplesmente monumental.
season 3 episode 17: business school
esse episódio guarda talvez a cena mais emocionante de toda a série, com os detratores de Michael derretendo e passando a amar o personagem de maneira irreversível. the office é sobre a beleza das pequenas conquistas. do fato de encontrarmos paz nas conquistas que a gente quer, não nas conquistas que a gente consegue. essa reflexão é absurdamente poderosa se você calibrar o olhar. e pacificadora.
season 5 episode 16 e 17: lecture circuit part 1 & 2
se fosse preciso resumir the office, estabelecendo sua premissa, as relações, o tipo de humor, a linguagem, não há melhor exemplo que esses dois episódios. por essa razão, sempre o escolhi como meu favorito. mais de 200 episódios estão condensados nesses dois: vemos a relação entre os personagens principais, a resolução do conflito sendo feita a partir de algo prosaico do mundo corporativo, a beleza e a comunhão que existe em falidas ocasiões de trabalho, uma cena que você começa rindo e termina se emocionando. porque sempre digo: the office é, sim, uma extraordinária série de comédia, mas ao olharmos suas camadas, nos damos conta de como é absolutamente comovente. as sutilezas estão todas ali.
há outros episódios monumentais, alguns até mais engraçados, mas esses 5 condensam minha série favorita e indiscutivelmente melhor série de todos os tempos. tenho uma ideia em relação a the office, ainda estou pensando como viabilizar, mas é isso. se quiserem mais RESENHAS sobre os episódios, nessa pegada mais curta, responda esse email com um elogio eloquente emoji de caminhão.
FUTEBOL
estamos naquela época de limbo em que portais criam qualquer pauta pra falar de futebol, portanto mais uma vez coloco aqui a coluna que escrevi para o arquibancada tricolor essa semana. @Casares, sem errar na mosca como de hábito, por favor. pela atenção, obrigado.
Sem margem de erro
Orejuela, William, André Anderson, Colorado, Mendez, Nahuel Bustos, Raí Ramos, Jamal Lewis, Bruno Rodrigues, Gabriel Neves, Jandrei, Felipe Alves, Eder, Nikão, Marcos Guilherme, Pedrinho, David, Pato.
Todos esses equívocos, digo, reforços foram contratados por essa gestão. Daria para incluir outros nomes, mas acho que essa quantidade já ilustra bastante a falta de precisão na hora de melhorar o time. O São Paulo, que já foi um sniper no mercado no longínquo período entre 2004 e 2007, passou a ser um primata com uma metralhadora na mão. Teve todo tipo de erro. Jogadores inexplicáveis, apostas mal sucedidas, medalhões em franca decadência. Não só por isso, mas também por isso o clube está nessa pindaíba total.
Mas agora, diante do FIDC e do poder dos rivais, não há mais margem de erro. É simplesmente proibitivo errar na mosca de novo. E não estou falando apenas em nomes, mas no entendimento do que esse elenco REALMENTE precisa. Por exemplo: estão falando em acertar um pré-contrato com Thiago Mendes. Thiago pode ajudar, claro, mas joga numa posição que o time já tem opções. Alisson, Bobadilla, Marcos Antonio, Nestor, Liziero… isso sem falar de Hugo e Negrucci da base. E por mais que Thiago viesse sem valor de transferência, tem luvas e salário para mais um jogador com mais de 30 anos. É a melhor decisão contratá-lo agora? Tenho minhas dúvidas. E também não acho que seria um jogador que faria o time dar um salto significativo de qualidade.
As carências são cristalinas: lateral-esquerdo, direito e meia. Na minha opinião, dois laterais-esquerdos têm que chegar porque, depois de Jamal Lewis ser uma aventura tão coerente quanto os filmes do David Lynch, resta Patryck - jogador que deixou claro não ter condições de vestir essa camisa hoje. Então precisam chegar dois laterais, idealmente um para ser titular absoluto e outro com margem de evolução. Wendell seria um excelente reforço nesse sentido. Ótimo jogador, 31 anos, daria peso a um setor que só existiu esse ano porque Wellington foi enorme. E, na reserva, olho em talentos sulamericanos jovens, bons e baratos. Cabanillas, recém contratado pelo Melgar, poderia ter sido garimpado. Na base nem Riquelme nem Felipe estão prontos, embora tenham futuro. Foco total deveria ser em Wendell. Se for pra gastar, é com ele. E depois do balão que tomamos de Alex Sandro, vai ficar feio se perderem essa também. Peço permissão para sugerir outro nome: Valentin Barco, ex-Boca, 20 anos e que está emprestado ao Sevilla - sem tanto sucesso. Barco é um talento colossal e, com a técnica que tem, poderia ser meia. Numa dessa, matamos dois coelhos com uma paulada só.
Falando na meiuca, há mais opções para contratar. E a necessidade é menor que a lateral esquerda, embora seja grande. Porque nenhum jogador do elenco hoje, nenhum, é capaz de encontrar espaços invisíveis numa metida de bola que ninguém viu - ou anteviu. A falácia de que os meias acabaram ou que não conseguem mais jogar atualmente esfarelou com os campeonatos que fizeram Garro, Alan Patrick e Savarino. Isso sem falar de Almada, Veiga, Matheus Pereira. Há jogadores que valem a consulta, de tamanhos e virtudes diferentes. Ganso, Soteldo, Zapelli, Terans. Ou nenhum desses: um talento sulamericano ou uma pinçada criativa. Zubeldia pode e deve ajudar nessa busca no mercado latino. Inclusive eu perguntaria a ele nominalmente quem ele quer com a grana que tem e iria atrás desses caras especificamente. Se der merda, o técnico banca a responsabilidade.
Benjamin Chandía, 22 anos, que joga no Coquimbo Unido-CHI, é interessante. Leo Scienza, do Heidenheim-ALE, também. Não precisa ser nenhum desses, evidente, mas o ponto é que dá pra buscar nomes fora do radar. Lembrando que as planilhas ajudam, mas não explicam nem nunca vão explicar o futebol ou o sucesso de uma contratação. Ou vocês acham que alguma planilha cravou que Felipe Mello e Fabio seriam campeões da América no Fluminense; ou que Deyverson mais uma vez fosse para uma final de Libertadores; ou que Alisson ia jogar essa barbaridade pelo São Paulo depois de ser rebaixado pelo Grêmio. O futebol é muito mais imponderável do que queremos admitir, então há espaço para sermos surpreendidos. Mas isso não significa que as cagadas não possam ser mitigadas.
Na lateral direita, a montanha russa chamada Igor Vinicius é útil, mas em SEIS anos de São Paulo nunca vestiu a 2 avisando que a posição era dele e acabou. Precisamos de outro jogador tão físico quanto ele porque, sabemos, Rafinha vai parar e Moreira infelizmente sofre com lesões - embora seja o mais técnico, disparado. Nesse sentido, gosto do Matheus Alexandre, que caiu com o Cuiabá e é um tanque fisicamente. Claudinho, do Criciúma, fez um campeonato bem honesto e está acertando com o Vitória. Será que não vale a aposta? Se o Vitória consegue contratar, pelo amor de Deus o São Paulo também consegue. De novo: apostas, mas apostas que fazem sentido - ainda mais numa posição tão escassa aqui e lá fora.
Agora vamos às posições que não estão sendo pensadas como carências, mas que, na humilde opinião deste colunista, precisam despertar atenção. Goleiro, camisa 9 e ponta. Rafael, Rato e Calleri fizeram uma temporada consideravelmente abaixo do que a anterior e não há nenhum ponta confiável. Lucas se desgasta por ali, Ferreira também oscila uma barbaridade, Erick nem se fala, William é moleque ainda. Não são reforços prioritários, mas em breve podem ser. André Silva precisa ser testado pelos lados junto com Calleri, o gol contra o Botafogo saiu na união dos dois e ganhamos poder na bola aérea e na presença de área. E Calleri precisa voltar a jogar bola. Eu usaria o Paulista para avaliar a urgência dessas 3 posições e, enquanto rola o Estadual, já deixaria engatilhado alguns nomes. E aí, meu camarada, pensamos nos ativos desse elenco que podem ser usados como moedas de troca: Galoppo, Michel, Nestor, Rato, Erick, Liziero, Patryck… o São Paulo tem que saber capitalizar em cima dos valores que já têm dentro de casa. A troca entre Everton e Luciano é o melhor negócio feito da década. Por que nunca mais tentamos algo dessa natureza?
Enfim. Se o São Paulo quiser disputar ao menos os mata-mata do ano que vem, a margem de erro tem que ter o valor da conta bancária do clube: zero.
RECOMENDAZIONE
música instrumental me ajuda pra caralho a escrever. especialmente quando quero me concentrar e escrever ao mesmo tempo, já que sou mais disperso que uma LIBÉLULA. qualquer coisa chama minha atenção, às vezes me pego olhando para uma mancha na mesa por 20 segundos pensando no que eu tava pensando mesmo. e aí volto aos meus afazeres. durante essa newsletter aconteceu algumas vezes, MAS EU SUPEREI.
bom, essa música é um tesão para escutar em momentos mais introspectivos e contemplativos. mas se quiser escutar no banho, tá tudo bem. aliás, não há playlist mais meticulosa do que aquela que colocamos enquanto estamos ESPALHANDO O SABONETE NO CORPO. porque se entra uma música merda, você tem que sair nu e molhado, quase escorregando na merda do banheiro, e clica no botão pra trocar que não vai na primeira vez porque uma GOTA ENORME caiu bem na porra do botão então você tem que secar com a toalha e clicar de novo e aí cai em outra música meio merda e de novo e de novo até você colocar naquela específica que você quer e aí antes de voltar pro chuveiro você tem que recomeçar a música eleita para que a experiência no chuveiro seja completa. tudo isso humilha.
falei que tinha toc.
PROGRAMAÇÃO BOPPISMO - inscreva-se, rumo a 40 mil inscritos
o que teve: o boppismo de número 50, com o monstruoso José Trajano. Trajano estava leve, sorridente e falou de tudo com peito aberto: sua postura como líder de um exército combalido na época da ESPN pra fazer frente aos concorrentes poderosos, sua infância com os amigos da escola, relembrou quando foi vice-campeão carioca de chopp no Rio, revelou os pratos que cozinha e ainda falou que acha Taylor Swift uma merda. um privilégio. e preciso me manter vigilante para não perder a perspectiva das coisas e, assim, reconhecer minha sorte e o quanto o boppismo têm me feito feliz.
ANTES DE ME DESPEDIR
essa semana escrevi um texto no INSTA e foi bem recebido. aqui escrevo o que me inspirou a escrevê-lo e logo em seguida o colocarei na íntegra. outro dia falando com meus amigos de escola, eles comentaram de uma história da época do colegial. uma banalidade qualquer, mas que eu lembraria. eu sou meio que o HD externo do grupo porque 1. eles têm uma memória de merda e 2. porque fui muito feliz nessa época e a felicidade encapsula memórias
e eu não lembrei dessa porra dessa história que eles falaram. e me dei conta que agora, nesse momento, esquecemos alguma coisa. algum interruptor no nosso cérebro desligou, aquela memória entrou na nossa corrente sanguínea e sairá na nossa transpiração. o tempo todo estamos esquecendo. vamos esquecer de muitas coisas. lutar contra isso é uma luta perdida, mas é preciso lembrar de lembrar. então lá vai.
vou esquecer
vou esquecer do nome do seu cachorro
vou esquecer quanto custava a passagem de ônibus naquele ano que viajamos
vou esquecer do apelido que tentamos emplacar e não pegou
vou esquecer qual música tocou quando nossos amigos casaram
vou esquecer a voz do porteiro da escola
vou esquecer nossas promessas
vou esquecer algumas paixões que não eram paixões
vou esquecer o nome daquela atriz
vou esquecer a luz acesa no corredor
vou esquecer do céu laranja de Santa Rita
vou esquecer de pagar a fatura
vou esquecer de rezar antes de dormir
vou esquecer de dormir
vou esquecer do que me fez não dormir
vou esquecer do nome daquela menina que estudou com a gente
vou esquecer o que o que diferencia o seno do coseno
vou esquecer de sair pela tangente
vou esquecer do Simba Safari
vou esquecer dos comentários encabulados depois de assoprar a vela
vou esquecer das tardes adolescentes
vou esquecer da adolescência tardia
vou esquecer a fala do filme que eu garanti que nunca iria esquecer
vou esquecer de dizer
vou esquecer de sublinhar
vou esquecer de reafirmar meu amor
vou esquecer de mandar mensagem
vou esquecer de abraçar
vou esquecer também de mandar tomar no cu
vou esquecer da primeira bola
vou esquecer da primeira vez que olhei por um telescópio
vou esquecer a ordem dos planetas
vou esquecer o avental nas aulas de ciências
vou esquecer antes
que se esqueçam de mim
torcendo para que algumas coisas
eu nunca esqueça
vou esquecer
mas enquanto
não esquecer
vou lembrar
que nessa semana você mande o pix, o alface não esteja mole e a reunião seja cancelada.
indique essa newsletter estupenda para quem você quiser, manda o link e pronto
se bater mil inscritos esse ano, vou dar uma festa. mentira. mas vai ser legal.
um beijo,